MEC admite fragilidade no sistema de informações do Enem

O presidente do Inep, responsável pela realização da prova, insiste que a nova falha não compromete a credibilidade do Enem. O acesso aos dados foi bloqueado e uma auditoria vai tentar apurar o que houve.
O órgão do Ministério da Educação responsável pelo exame reconheceu a falha, mas disse que a credibilidade do Enem não foi afetada.
“Foi uma fragilidade do sistema e estamos vendo o tamanho da fragilidade pra poder resolver”, garante o presidente do Inep Joaquim José Soares Neto.
Durante três horas, informações sigilosas como nome, número da identidade e CPF de 12 milhões de estudantes ficaram desprotegidas.
“Tinha que ter tido mais cuidado com essas coisas porque são informações pessoais”, reclama a estudante Aline de Sousa.
As informações são de estudantes que prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos últimos três anos. Só poderiam ser consultadas por faculdades que usam a nota do exame para selecionar alunos, e com uma senha específica. Mas, por algum tempo, esse acesso deixou de ser restrito.
“É um vazamento de dados pessoais que não deveriam estar sob domínio público, mas é menos grave do que o vazamento de uma prova que compromete a própria lisura do certame”, afirma o ministro da Justiça Luiz Paulo Barreto.
Vazamento de prova já levou ao cancelamento do exame no ano passado. Outro problema foi a divulgação errada dos gabaritos.
“A sucessão de erros gera descrédito e insegurança com relação a ele, com certeza”, destaca o professor da UnB Gilberto Lacerda Santos.
O acesso aos dados foi bloqueado e vai permanecer assim até o fim das investigações. Já a realização da próxima prova do Enem está mantida. Vai ser em novembro.